Em vão.
Que são tristes as notícias de hoje, como ontem foram, inda que se possa falar de esperança, inda que eu fale. Tanto pra celebrar sempre, foi assim que aprendi, repito o mantra, tantas vezes acredito; olha ali aquela borboleta, olha, tenha fé seja forte há sentido: a borboleta ali voando leve e azul é pra lembrar o milagre. Para quê nomes? É azul, voa, basta, Quintana já sabia. Os dentes fazem pose de sorriso; vai ver eu finjo. Não há borboletas à vista no túnel escuro que suga, na desalegria diária, na falta de razão. O que é verdade e o que não, vai ver eu minto pra não me rasgar com meus próprios estilhaços. Em vão. Nálu Nogueira Brasília, 21/02/21